Médico que cuidou de Preta Gil rompe o silêncio e entrega detalhe surpreendente: ” Ela não quis mais”

A morte da Preta Gil, na semana passada, foi daquelas notícias que travam o coração da gente. Difícil acreditar, né? Desde o domingo em que a notícia se espalhou até a sexta, quando foi o velório, o Brasil inteiro pareceu entrar num silêncio meio pesado. Fãs, amigos, família… todo mundo com aquele nó na garganta. Mas teve uma pessoa que resolveu falar de um jeito diferente. Foi o médico Frederico Teixeira, cirurgião oncológico que acompanhou de perto a luta da Preta contra o câncer.

Pelas redes sociais, Frederico postou uma foto bem simbólica: ele, Preta e Gilberto Gil, o pai dela. A legenda foi além de um simples adeus. Não era só profissional, era pessoal. Era sentimento bruto mesmo. Ele escreveu sobre o que é perder um paciente, mas não um paciente qualquer… alguém que virou parte do dia a dia, com quem ele criou laço, dividiu momentos difíceis, esperança, conversa de corredor e dor também.

“Quando alguém que a gente cuida parte, dizem pra seguir em frente. Que o próximo merece o mesmo carinho. E é verdade. Mas não é fácil. A gente se apega. A gente se envolve. Conhece a história, o jeito de falar, os medos da pessoa”, escreveu o doutor.

E ele tá certo. Ninguém vira robô só porque trabalha com saúde. Médico sente, chora escondido, precisa respirar fundo depois de uma perda dessas. Frederico comentou sobre esse tempo de pausa. Aquele silêncio que vem logo depois da morte de alguém que confiou a própria vida nas suas mãos. É um tempinho curto, mas necessário. É o momento de honrar a história vivida antes de seguir pro próximo atendimento.

Ele ainda falou algo que pouca gente pensa: o quanto os profissionais também criam vínculo com a rede de apoio — os familiares, os amigos, os acompanhantes. Não é só o corpo que tá sendo tratado. É a história toda da pessoa. Às vezes, é preciso parar, lembrar, chorar baixinho e agradecer pela chance de ter cuidado de alguém naquela fase tão dura da vida.

Frederico terminou citando uma frase do William Osler, que é tipo uma lenda na medicina: “A prática da medicina é uma arte, não um ofício; uma vocação, não um negócio; uma vocação na qual seu coração será exercitado igualmente com sua cabeça”.

E não é que é isso mesmo?

Pra quem não lembra, o Frederico foi parte da equipe que fez aquela cirurgia super delicada na Preta em dezembro de 2024. Foram mais de 21 horas no centro cirúrgico — é, 21 horas mesmo — tentando remover os tumores no abdômen dela. Na época, o procedimento foi considerado um sucesso. Deu a ela mais tempo. Mais momentos com quem ela amava.

Agora, o que fica é a saudade e a lembrança. Da cantora que botava todo mundo pra dançar, da mulher forte que encarou uma doença cruel com a cabeça erguida. E também da paciente que tocou o coração dos próprios médicos. O impacto dela foi além da música.

A fala do Frederico serve como um lembrete: por trás dos jalecos, dos bisturis e dos diagnósticos, tem gente. Gente de verdade, que sente, que sofre, que precisa de pausa. Porque cuidar de alguém não é só um trabalho. É um ato de entrega. E quando essa pessoa parte, ela leva junto um pedaço da gente.