Já tinham se passado três semanas de angústia, buscas incansáveis e muita esperança por parte da família de Milena Rodrigues Silva, de apenas 26 anos. Mas infelizmente, o desfecho foi o pior possível. O corpo da jovem foi encontrado em um matagal, em estado avançado de decomposição, como foi informado pelas autoridades.
Milena estava desaparecida desde o dia 31 do mês passado. Desde então, a família se mobilizou de todas as formas possíveis: divulgaram nas redes sociais, procuraram a polícia, conversaram com vizinhos, amigos, conhecidos… mas nada. Nenhuma pista concreta apareceu por dias, só o silêncio e o desespero crescendo.
A confirmação de que o corpo encontrado era mesmo o dela veio como uma facada no peito da família, principalmente da irmã, Tatiana, que tem falado com a imprensa e demonstrado estar muito abalada com tudo que aconteceu.
Tatiana contou que Milena vinha passando por um período complicado. Recentemente ela se separou do companheiro, e essa mudança abalou bastante o emocional dela. Além disso, havia algumas questões pessoais que estavam mexendo com sua cabeça. “Ela tava meio sumida, mais calada… a gente tentou ajudar, mas às vezes a gente acha que tá tudo bem, né? E não tá”, disse a irmã em entrevista a um canal local.
Ela também disse não conseguir entender como alguém teve coragem de fazer algo tão brutal com Milena. “Minha irmã era do bem, sabe? Tinha um coração enorme, mas sim, ela fez umas escolhas erradas, se envolveu com gente que não prestava, infelizmente. Mas ninguém merece morrer desse jeito, abandonada num matagal como se fosse lixo.”
O local onde o corpo foi achado fica em Santa Maria, no Distrito Federal, uma área um pouco afastada do centro e que, segundo moradores, costuma ser mal iluminada e pouco movimentada à noite. Isso já levanta suspeitas de que o crime pode ter sido premeditado.
A polícia ainda está investigando o caso, mas trabalha com a principal hipótese de feminicídio. O corpo da jovem apresentava uma lesão na cabeça, conforme relatado por peritos da Polícia Civil. Essa lesão pode ter sido a causa da morte, mas o laudo final ainda não saiu.
Até agora, ninguém foi preso. Não há suspeitos identificados publicamente, e a sensação que fica é de impunidade. Um caso a mais na estatística cruel de feminicídios no Brasil — que aliás, vem batendo recordes assustadores. Só no primeiro semestre de 2025, o país já contabiliza centenas de casos parecidos, e a maioria segue sem solução.
Esse tipo de crime vem se repetindo com uma frequência que assusta. Em tempos em que se discute tanto segurança pública e direitos das mulheres, é inadmissível que tantos casos terminem assim, sem resposta, sem justiça. O caso de Milena não é só uma tragédia pessoal, mas um retrato triste de um Brasil onde mulheres seguem sendo alvo de violência extrema — muitas vezes dentro da própria casa, por pessoas conhecidas.
A família agora tenta encontrar forças para seguir em frente. Tatiana e os demais parentes de Milena pedem que o caso não caia no esquecimento. “A gente só quer justiça, só isso. Que pelo menos quem fez isso com ela pague, de alguma forma”, finalizou a irmã, com a voz embargada e o olhar perdido.