O médico cirurgião Antônio Luiz Macedo, conhecido por ter acompanhado o ex-presidente Jair Bolsonaro em momentos delicados de saúde, revelou que não foi sequer procurado para participar da recente cirurgia realizada em Brasília. Segundo ele, se tivesse recebido o convite, teria ido na hora, sem pestanejar.
“Se me chamassem, eu ia. Sem pensar duas vezes. Mas não me chamaram… então tá tudo certo. Fico aqui só torcendo pra ele melhorar logo”, comentou Macedo, numa fala simples e direta ao site Metrópoles. Ele já operou Bolsonaro cinco vezes desde a facada em 2018, e criou-se até uma espécie de confiança pública entre ambos.
A ausência dele no centro cirúrgico levantou especulações. Internautas, jornalistas e até políticos começaram a ligar os pontos. Alguns atribuem essa mudança na equipe médica à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente. O que se comenta nos bastidores é que, depois da morte da ex-deputada Amália Barros — que faleceu no ano passado após uma cirurgia no pâncreas feita pelo próprio Macedo —, teria surgido um certo receio.
Macedo, porém, rejeita qualquer clima de tensão com a família. Para ele, a troca de médico não foi motivada por desconfiança, mas por algo muito mais simples: logística. “Eu moro em São Paulo, trabalho na rede D’Or, e eles estão lá em Brasília. É complicado ficar indo e voltando. Não tem mistério nem drama, só uma questão prática mesmo”, explicou.
Mesmo de fora, ele demonstrou respeito pelo colega que assumiu a cirurgia. “O doutor Cláudio Birolini é excelente. Competente demais. Tenho certeza que ele fez tudo da melhor forma possível”, comentou. Birolini é cirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo e foi quem liderou o procedimento no Hospital DF Star, na capital federal, no último domingo (13/4).
Apesar de não ter sido envolvido nesta etapa, Macedo fez questão de frisar que mantém uma boa relação com Bolsonaro e seus familiares. “Já cuidei dele várias vezes. Sempre fui bem tratado. Não tem briga, mágoa, nada disso. Só não fui chamado dessa vez, e tá tudo bem”, disse, de forma serena.
Na internet, a história pegou fogo. Usuários nas redes sociais dividiram opiniões — teve gente que achou desrespeito com Macedo, outros defenderam a decisão da família. No meio político, o silêncio predominou, talvez por medo de se envolver em mais uma polêmica. Afinal, qualquer detalhe sobre Bolsonaro costuma virar manchete.
Sobre uma possível rivalidade entre médicos, Macedo foi categórico: “Não tem disputa, não tem ego aqui. O que importa é o paciente. O que importa é que o Bolsonaro se recupere. Só isso.” O tom dele, inclusive, foi de quem realmente quer deixar o episódio pra trás.
No fim das contas, a grande questão não é quem operou, mas sim como está o estado de saúde do ex-presidente — e se ele está evoluindo bem no pós-operatório. E, segundo informações divulgadas pela equipe do hospital, tudo segue dentro do esperado.
Macedo segue sua rotina em São Paulo, atendendo pacientes e se mantendo longe do foco da mídia — mesmo que, vez ou outra, acabe puxado de volta para os holofotes por conta de sua ligação com Bolsonaro.
No Brasil de hoje, onde tudo vira combustível político, até a escolha de um cirurgião entra na roda do debate. Mas, como o próprio Macedo deixou claro: o importante agora é a saúde do paciente. Todo o resto é só ruído.