Itanhaém (SP) — Um grave acidente envolvendo uma aeronave de pequeno porte chocou moradores da cidade litorânea de Itanhaém no fim da tarde do último domingo, dia 9 de março. O avião, modelo Cessna Aircraft 150J, caiu por volta das 18h na rua Mogi das Cruzes, bem ali na altura da Praia da Gaivota — uma região conhecida pelo movimento tranquilo aos domingos, especialmente fora da alta temporada.
Segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas estavam a bordo no momento da queda. Uma delas morreu ali mesmo, no local. A outra vítima, também do sexo masculino, foi resgatada com vida das ferragens, com ferimentos considerados graves, e levada imediatamente para atendimento médico. Até o momento, não foi divulgado um boletim oficial sobre o estado de saúde dele.
A aeronave, de prefixo PT-AKY, pertencia a Jefferson dos Santos Morales e estava registrada para instruções de voo, de acordo com dados disponíveis na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Curiosamente, o avião é bem antigo — foi fabricado em 1969 — mas ainda operava em conformidade com os regulamentos da aviação civil, com autorização para voos diurnos.
Como tudo aconteceu
Informações divulgadas pela Rede Voa, empresa responsável pela administração do Aeroporto de Itanhaém, indicam que o avião havia decolado do Aeroclube local às 17h16, para o que seria uma aula de instrução rotineira. Tudo seguia dentro do esperado, até que às 17h42 foi emitido um alerta de emergência. Pouco depois disso, veio a tragédia: o avião caiu numa área residencial próxima à faixa de areia.
O impacto foi forte o suficiente pra que moradores próximos ouvissem um barulho alto, algo parecido com uma explosão abafada. Muitos correram até a rua Mogi das Cruzes pensando se tratar de algum acidente de carro, até se depararem com os destroços da aeronave em meio ao asfalto.
O local foi isolado pelas autoridades. Duas viaturas dos Bombeiros atenderam a ocorrência, que mobilizou ainda equipes da Polícia Civil e peritos do Instituto de Criminalística. A movimentação durou até altas horas da noite de domingo.
Investigação em andamento
O caso agora será investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão ligado à Força Aérea Brasileira e especializado nesse tipo de ocorrência. Eles deverão analisar as possíveis causas do acidente, considerando variáveis como condições climáticas, falha humana e problemas mecânicos. Um relatório preliminar deve ser divulgado nos próximos dias, mas a conclusão definitiva pode demorar meses.
Esse tipo de acidente não é comum, mas infelizmente também não é inédito. No ano passado, por exemplo, houve ao menos três quedas de aeronaves leves durante voos de instrução no estado de São Paulo. Isso reacende o debate sobre a segurança da aviação civil em pequenas escolas de pilotagem, muitas das quais operam com aeronaves mais antigas, embora ainda regulares perante a Anac.
Enquanto isso, a cidade amanheceu nesta segunda-feira com um clima pesado. A Praia da Gaivota, normalmente cheia de pescadores e moradores caminhando no início da semana, estava quase vazia. O luto silencioso pairava no ar, especialmente entre aqueles que presenciaram o acidente de perto ou que conheciam as vítimas.
O nome do falecido ainda não foi oficialmente divulgado pelas autoridades, por respeito à família, que deverá se pronunciar após a liberação do corpo. A outra vítima segue internada, e amigos próximos esperam por boas notícias nas próximas atualizações.