Ministros de Lula tiram sarro de atos bolsonaristas: “ bando de ratos mortos”

No último domingo, dia 3 de agosto, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro voltaram às ruas em defesa da anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e também pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Mas olha… o que se viu foi bem diferente do que se prometia nas redes. Em vez de uma multidão, apareceram poucos — e isso virou piada pronta dentro do governo Lula.

Entre ministros e aliados do Planalto, o clima era quase de deboche. “Foi barulho de tambor vazio”, comentou um assessor, rindo da diferença gritante entre a empolgação online dos bolsonaristas e o número real de manifestantes nas ruas. O consenso era de que os atos tiveram impacto praticamente nulo — apesar de terem, sim, um público um pouco maior do que nas últimas tentativas frustradas.

Um ministro do governo chegou a ironizar: “Esses atos bolsonaristas chegaram no volume morto. Quase ninguém. Vamos mandar essas imagens pra Washington?”. A provocação não é gratuita — tem tudo a ver com as recentes tentativas de Bolsonaro de colar nos figurões da direita americana, como Steve Bannon e outros aliados do trumpismo. A ideia seria mostrar força no exterior pra tentar pressionar o sistema daqui. Mas, com meia dúzia de gatos pingados nas ruas, a coisa complica.

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, também não deixou passar batido. Nas redes sociais, postou: “Quais governadores frequentavam os atos pró-Bolsonaro e hoje esqueceram de comparecer?”. Direto ao ponto: Bolsonaro tá cada vez mais isolado, até mesmo entre os seus. Muita gente que fazia fila pra tirar foto com ele agora prefere ficar bem longe — talvez por medo de se queimar, talvez por puro cálculo político.

Agora, justiça seja feita: não dá pra dizer que não teve ninguém. Segundo o grupo Monitor do Debate Político, da USP, cerca de 37,6 mil pessoas marcaram presença no ato da Paulista. Isso é bem mais do que o evento anterior — que foi, convenhamos, um fiasco. Mas ainda está longe do que se esperava, principalmente levando em conta o tamanho da militância bolsonarista nas redes. Parece que o engajamento digital não se traduz mais tão bem em presença física.

Outro ponto que chamou atenção foi a ausência de nomes de peso. Nenhum governador, poucos parlamentares e nenhum sinal de que o movimento tá ganhando fôlego pra pressionar o STF ou o Congresso de verdade. É aquela coisa: gritam muito, mas na hora de mostrar força mesmo, ficam devendo.

E, claro, o timing também não ajudou. Com o Brasil focado em outros assuntos — como a crise na segurança do Rio Grande do Norte, os estragos das enchentes no Sul e até o calor histórico no Sudeste —, o ato acabou passando quase batido. Pouca repercussão na mídia, e menos ainda entre a população em geral.

No fundo, o que se viu foi mais um capítulo da tentativa de Bolsonaro de se manter relevante mesmo sem mandato. Mas tá difícil. A cada novo ato que promete “tomar as ruas” e entrega só meia Paulista, o ex-presidente parece se afastar ainda mais do protagonismo político que teve até 2022.

Talvez seja o caso de rever a estratégia. Ou então aceitar que, pelo menos por enquanto, o tempo do “mito” lotando avenidas ficou no retrovisor.