Na noite da quarta-feira, 30 de agosto, um fato inusitado e, por que não dizer, um tanto quanto polêmico, roubou a cena nas redes sociais e também nos bastidores do poder. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), resolveu assistir ao clássico entre Corinthians e Palmeiras diretamente de um camarote na Neo Química Arena, em Itaquera. O jogo em si já costuma render emoções fortes – é Corinthians e Palmeiras, afinal. Mas dessa vez, o que viralizou não foi exatamente o que aconteceu dentro das quatro linhas.
Jogo quente, atitude ainda mais
Em campo, o destaque foi o holandês Memphis Depay, que marcou o único gol da partida. Mas fora dele, quem atraiu as atenções foi Moraes. Durante a comemoração do gol, câmeras registraram o ministro fazendo um gesto obsceno — o famigerado dedo do meio. Rapidinho o vídeo ganhou as redes. Uns encararam como um desabafo, uma reação emocional num momento de tensão política, outros viram como uma falta grave de decoro, principalmente vinda de uma figura da mais alta cúpula do Judiciário.
Sanção dos EUA e clima político tenso
O que deixou tudo ainda mais explosivo foi o contexto: horas antes do jogo, o governo dos Estados Unidos anunciou sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky — aquela lei criada pra punir quem comete abusos contra os direitos humanos ou se envolve com corrupção. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, chegou a afirmar que Moraes estaria liderando uma “caça às bruxas” contra cidadãos e empresas, tanto dos EUA quanto do Brasil. Segundo ele, o ministro teria extrapolado suas funções ao agir como “juiz e júri” em processos sensíveis.
Repercussão no Brasil: apoio e crítica
Como era de se esperar, a notícia caiu como uma bomba em Brasília. Parlamentares ligados ao ex-presidente Bolsonaro comemoraram, dizendo que a sanção era o reconhecimento internacional do que eles sempre denunciaram. Já a turma do governo Lula saiu em defesa de Moraes, dizendo que o STF é soberano e que interferências estrangeiras não são bem-vindas.
Aliás, o próprio Supremo soltou nota reafirmando o compromisso da Corte com a Constituição e deixando claro que os julgamentos de tentativas de golpe, como os ocorridos em 2022, são assunto interno. Ou seja, o recado foi dado: a Justiça brasileira não vai se curvar a pressões externas.
Processos delicados e investigação pesada
Moraes, vale lembrar, é relator de alguns dos processos mais delicados da atualidade. Um deles investiga uma suposta trama golpista envolvendo nomes de peso, incluindo o próprio Bolsonaro. Segundo a Procuradoria-Geral da República, há indícios sérios de crimes que colocaram a democracia em risco, incluindo até planos de assassinato de autoridades — entre elas, o próprio Moraes, o presidente Lula e o vice Alckmin.
Apesar das críticas, todas as decisões tomadas pelo ministro até agora foram confirmadas por outros ministros do STF, mostrando que suas ações não são isoladas. Está previsto que Moraes se pronuncie oficialmente sobre as sanções numa próxima sessão plenária, o que promete ser um momento tenso e cheio de expectativa.
Mais que futebol
No fim das contas, o que era pra ser uma noite de futebol acabou virando um episódio político. O gesto de Moraes e as sanções dos EUA mostram o quanto política e esporte podem se misturar — e nem sempre de um jeito leve.
É curioso como o futebol reflete a alma do país. No calor da torcida, transbordam as emoções, inclusive as que vêm lá de cima, das altas instâncias do poder. E aí, fica a pergunta: até onde vai a liberdade de expressão de um ministro? E até que ponto ele pode ser julgado por suas reações humanas?
Enfim, o que você acha disso tudo? Concorda com as críticas ou acha que foi exagero? Comenta aí — e bora seguir acompanhando os próximos capítulos desse drama meio político, meio futebolístico, 100% brasileiro.